Compositor: Não Disponível
Um ao lado do outro eles estavam lá
Os dois sentados, como se dormissem
Na beira do banco de madeira
Na sala de espera
Através do vidro se podia ver
O velho carrossel que rangia
E a sua música girava
Na sala de espera
E aquela música parecia impulsionar
O grande ponteiro do relógio
Com um barulho desmedido
Desmedido e ridículo
E aquele relógio os atormentava
Aquele relógio os observava
Aquele relógio sem parar
Na sala de espera
E em suas cabeças só vinha
Carrossel, música, relógio
O relógio virava carrossel
O carrossel virava relógio
E as suas memórias em cortejo
Remontavam, desfilavam, escorregavam
Um ao lado do outro eles estavam lá
Os dois sentados, como se dormissem
Na beira do banco de madeira
Na sala de espera
E quando o trem chegou
Eles se entreolharam
E levantaram-se em silêncio
Na sala de espera
E em suas cabeças só vinha
Presente, passado, carrossel
As memórias viravam presente
O presente virava memória
E as suas palavras em cortejo
Hesitavam, incomodavam, escorregavam
Quando ele sobe no trem
Ela é quem se dá conta
E vê-se de volta
Na sala de espera
Mas o trem já partira
Vocês não acham uma idiotice
Uma mulher caminhando pela rua
Com uma gaita de fole e uma boina
Que idiotice!
Que idiotice!
Que idiotice!